segunda-feira, 19 de dezembro de 2011


 Casinha de Madeira, 14 de Dezembro de 2040.

Querida Rô,
O Sol está se pondo todo cheio de bondade. Observando ele daqui percebo como delicadíssimo é o tempo. Sinto-me como um sopro leve que viu tantas e tantas vezes o Pôr do Sol. Esse doce brilho que tanto aquece.
Estou na varanda, há calmaria aos arredores da casa. Posso ouvir o som delicado da Natureza. O vento bate sobre minha pele já não tão jovem, mas a feição permanece a mesma. A brisa é tão suave como um afago. Estou sentada na cadeira de balanço feita de palha. Hoje coloquei aquele casaco de lã azul claro com rendas nas mangas e na gola. Ainda leio sobre Coco Chanel.
O chá de pêssego adocicado com mel faz companhia nesse entardecer tão sereno. Ouço alguém cantarolando lá dentro: “E aí, larari larari larari larara.”
Você saberá quão maravilhoso ter alguém de gestos tão sublimes por perto.  
Ando tão leve. É admirável o bem que tudo isso me faz.
Uma vida simplesinha exatamente do jeito que você sonha, Rô.
Trago comigo tudo que foi bonito, tudo que me fez forte e o que me fez fraca também...  É tão precioso o que guardo na caixinha da vida... Quando a abro risos esquivam. Há momentos tão ternos aqui dentro.
Pois bem, minha querida, há momentos difíceis nessa vida não é mesmo? São tão difíceis que a gente até pensa que eles vão durar pra sempre, mas isso não é verdade. Sei exatamente o que sentes... As nossas dores duram o tempo necessário para nos tornamos mais maduros, mais fortes e acredito que mais espiritualizados também.
Se há algo de bom em mim, isso reflete no que você é agora, no que têm nos instantes mais bonitos de suas orações e da forma como ver o mundo.
Sem essa essência nada terá sentido.
É preciso que você fique bem aí pra que as coisas aconteçam de forma serena por aqui. Entende?
Sei que levará tempo até que compreenda... As reticências!
Por isso, peço que fique bem... Ei, o Verão está chegando! A estação preferida.
Faça-se paz... Faça-se luz tudo ao seu redor para que essa mesma paz e luz cheguem até aqui da forma mais bonita que possa existir.
Disso que preciso.
Ah, têm dias que a gente acorda assim, com vontade de receber carinho, mas carinho da gente mesmo. Não do nosso eu agora, mas do eu que acredito ser um dia: Espiritualizada e afável. Quero que esse carinho te faça acreditar que a felicidade está logo ali e que a qualquer momento ela vai aparecer igual criança arteira atrás da porta pronta pra te dá aquele sobro de susto bom, só pra ter o prazer da felicidade plena.
Felicidade plena... Existe!
Agora vou colorir Mandalas em papel canson e continuar tomando chazinho de pêssego adocicado com mel. Adocicado com ternura. 
Com afeto, Rô.
[Por, Rô]

sábado, 10 de dezembro de 2011


Essa noite um anjo invisível  daqueles cheio luz  e doçura debruçou-se na minha janela. Ele se inclinou com meiguice até minha cama, com voz cândida disse: Você será feliz, Rô. Você será feliz.


 Por, Rô

quarta-feira, 23 de novembro de 2011



Hoje abri portas e janelas, fiz as malas da tristeza e pedi que ela partisse. Teimosa ela insiste em ficar. Quero que ela se vá, que não se demore muito, pois me quebraste em mil pedaços.
Mil pedaços espalhados por todos os cantos  em mim. 

Mas vejo o Pôr do Sol todos os dias, tomo banho de chuva em baixo do telhado da minha casa, faço tortinhas, invento história, choro, sorrio, brinco se ser feliz...

Onde será que se escondeu a alegria?

Talvez em baixo da cama, no cantinho da Mandala pendurada, no sino de vento ou quem sabe no filtro dos sonhos...

'Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu..'

Lamentavelmente hoje estou assim - Triste.  

Será que desapareço?
 
[Por, Rô]

sábado, 29 de outubro de 2011

Sobre Minha Saudade...





Vou colocar dentro de uma caixinha a saudade, guardar na última gaveta do criado mudo que fica do lado esquerdo da cama, porque lá quase não se abre a gaveta.  Esconder aquela agulhinha danada que fica espetando o cantinho mais sensível da saudade.
Pensado bem...
Vou combinar com a saudade o seguinte: Marcar data e hora em um lugar bem bonito e perfumado com flores para que possamos nos despedir. Vou chorar até esvaziar todas as lágrimas... Vou abraçá-la forte, fazer um afago e pedi gentilmente pra que ela se vá.
Não, não vou guardar a saudade dentro de um caixinha. Vou deixá-la livre pra quando quiser partir.
Saudade nunca se vai, ela pode se esconder vez ou outra, mas está presente – nas fotografias, cheiro, o barulhinho do sorriso, cartas amareladas pelo tempo, cartas enviadas e recebidas, o banquinho de madeira, a cachoeira do Itiquira, o tempo mágico em baixo de uma árvore, olhar pro céu e se perder entre as nuvens. Do beijo doce e abraço terno de sabor agridoce. 
Na busca por borboletas... Descobrir que minha saudade é toda colorida.
No dia que eu deixar de senti saudade também deixarei de ser eu.

[por, Rô] 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

[Des]apaixonar-se


Apaixonar-se é uma loucura.
Você permite que o outro entre na sua vida, abre as portas e janela do seu coração e faz com que o outro se sinta completamente à vontade. Arreda uma cadeira e pede pra ele senta-se no lugar mais aconchegante. Você enfeita tudo!
Tudo é uma explosão de bons sentimentos.
Você manda aquele SMS e sabe que vai ter uma resposta toda carinhosa do outro lado.
Você escreve cartas adocicadas com carinho. Escreve o nome de vocês no tronco de uma árvore. Distrai-se desenhando coraçõezinhos fofos.
Senta na janela do seu quarto e fica sorrindo para as estrelas. Escreve o nome dele nas vidraças com gotinhas de água quando chove.
Você se olha no espelho e se acha uma gracinha. Faz graça.
Você se dá conta que ele tem todos aqueles quesitos para achar que o carinha é exatamente o seu número!  Não que ele não tenha defeitos. Sim, ele tem, mas você aceita o pacote completo até porque o perfeitinho nunca foi seu forte.
Ele faz poesia, gosta de boa música e ler livro de jeito encantador. Você começa a admirá-lo de forma tão única...
Você se pega lendo coisas sobre mitologia (coisa que nunca fez antes).
Ele também é chato, tonto e faz você chorar.
Ele também te faz rir. Conta histórias engraçadas e te faz surpresas super fofas.
De repente, vocês já se conhecem tão bem a ponto de um saber que o outro não está bem só pelo tom de voz. Ele sabe exatamente o que te deixa chateada...  Tudo vai se construindo devagarzinho. Você se sente a vontade do lado dele. Você não tem a menor vergonha em dizer o que pensa.
Longas conversas. Paciência de cá, de lá...
Ah, sem contar nos mimos.
Mas...
O pior é acreditar que vai ser pra sempre. Nunca é pra sempre.
Vai ter um momento que algo que não estava dentro do contexto vai acontecer quer dizer: quando se trata de coisas do coração tudo faz parte do contexto.
[Des]apaixonar-se é imensamente complicado.
Você resolve partir e ele não te pede pra ficar.
Você abafa o choro quando o chuveiro está ligado pra que ninguém escute seu soluço.
Você acredita que só ele é capaz da façanha em te fazer feliz.
 Até que você comece a acreditar que pode ser feliz sem ele... Leva tempo. Mas esse tempo chega... É só questão de paciência e também de desvendar que nada é pra sempre.
Que eu seja paciente...
                                                              [Por, Rô]

Ao som de: Quantas vidas você tem? [Paulinho Moska]
Dois [Tiê]


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Banho de Chuva



Hoje, quando voltava do curso de inglês fui surpreendida pela CHUVA!
Pessoas andavam apressadas nas ruas com medo dela... Pode?
Elas diziam: “Ah, que eu chegue em casa antes que essa chuva me pegue”. Ou coisas do tipo: “Pedi chuva, mas não uma tempestade”. E por aí vai... Não consigo entender o “bicho homem”. Complexos demais.
Eu fiz questão de caminhar em passos lentos, bem lentos... Sabe aquela vontade doida de banho de chuva? E, hoje mais do que nunca meu corpo, minha alma pediam gotinhas vindas do céu. E porque não atender pedidos da alma? Isso é coisa séria...
Que banho bom, meu Deus! Nem fiquei com medo dos relâmpagos e dos trovões, mas sempre acreditei que os trovões é Deus chateado com a gente... Isso faz todo sentido.
Penso que os trovões não eram pra mim, não que eu não tenha culpa no “cartório”, mas senti Deus sorrindo pra mim.
A chuva foi chegando de mansinho e a recebi de braços abertos, brinquei com as poças de água, dancei e agradeci a Deus por não ter gente na rua. Sim, porque eles são chatos, sabe? Eu me senti a vontade sem ninguém me olhando ou talvez tivesse vai saber... Só sei que eu sorria, sorria. Tentava pegar com as mãos as gotículas de água e achei tudo um máximo. Ria de mim mesma ria por me preocupar com coisas tão bobas ao invés de me preocupar com o que é importante de verdade.
Naquele momento vivi genuinamente meu eu infantil, a criança que há em mim foi um norte para me mostrar àquilo que de fato sou.
Hoje me senti como aquelas princesas de conto de fadas entende? Sim, porque os contos de fadas nos remetem otimista coragem com relação à vida. E, essa força vem da essência da criança que habita em nós.
Quando coisas tão simples me surpreendem de forma tão delicada e ao mesmo tempo de forma tão forte, percebo que há certa inocência em mim e que essa inocência ainda não foi prejudicada pela minha idade adulta. 

[Por, Rô]

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Um tanto dispersa...


Quando estou dispersa sinto uma necessidade incrível de escrever, embora nem eu saiba o que fazer com lápis e caderno que estão em minhas mãos.
Estou sentada debaixo da escada, gosto de ficar aqui, é um lugar aconchegante da casa. Gosto do silêncio que perpetua nesse espaço. Mesmo sem o som ligado ouço: Elephant Gun do Beirut... essa música não sai da minha cabeça. (amo aquele toquizinho). 
Gosto de ficar sozinha, quero ficar longe de pessoas só por um tempo. Preciso. As pessoas falam muito, fazem muito “auê”.
Preciso ficar só comigo mesma sabe? Quero me afastar do “auê” que está lá fora. Quero fugir do que me incomoda, quero fugir das coisas que não aceito e que insistem em ficar latejando aqui dentro. Gosto do silêncio. Preciso me ouvir um pouco, preciso conversar comigo e colocar os pingos nos “is”.  Agora, consigo ver com bons olhos que sou um tanto diferente do que as pessoas que estão lá fora chamam de  "normal". E ser diferente é bom, mesmo que as pessoas muitas vezes me "condenem" por isso. Não me importo com elas. Estou com preguiça de gente.
Tenho necessidade de me ausentar do mundo. Ou o mundo precisa de ausentar de mim?
Precisava vim pra debaixo da escada.
Estou trabalhado e estudado tanto, tenho exigido tanto de mim. Essa é a forma que encontrei pra fugir da caixinha de problemas que tenho na vida.
Tenho pensado muito: Quando as coisas serão do jeito que sonhei?
Por que me sinto triste?
Sei que é apenas uma fase. Isso vai passar.
Às vezes não sei aonde vou indo e nem faço ideia de onde estou, mas também não me preocupo muito. Vou seguindo... 
Fico um pouco perdida nas manhãs. De tardezinha vejo o Pôr do Sol...
O que me conforta é que mesmo não sabendo o caminho sinto fortemente que não me perdi de mim.
Só preciso respirar fundo, sei que vou encontrar o caminho.
Pra falar a verdade o caminho eu sei. O que preciso mesmo é de coragem. É que uma força me chama pro lado oposto e sei que não devo seguir... Sei bem que é pra cessar esse lado oposto, pois conheço bem o seu fim e que doerá muito...  por isso, melhor fugir pra debaixo da escada. 
Queria seguir uma estrada bem longa e caminhar muito, muito até não senti forças nas pernas, até cair de joelhos no chão. Queria caminhar até esquecer de tudo que me deixa triste. 

[Por, Rô] 

sábado, 24 de setembro de 2011

Sobre as folhas do Outono...



Antes de dormir a menina ficou ali deitada na cama sob o lençol de florzinhas miúdas.
Fechou os olhos e viu uma casa pequenininha com uma vela dentro... luz!
Quando abriu os olhos, folhas secas com cores do Outono caiam em sua cama.
Arregalou os olhos!
Que encanto! As folhas brilhavam docemente e cintilavam tudo em volta como num gesto de prece.
A menina sorria. Enguia os braços tentando pegar as folhas, mas não eram palpáveis... sumiam.
Ficou a brincar de dançar, assoprava as folhas com felicidade tão pura, doce e inocente.
Ela podia até ouvir as gargalhadas de seu coração.
Eram tantas folhas brilhantes caindo que a menina até conseguia ver sua alma refletindo paz.
Naquele momento a menina estancava qualquer dor que pudesse existi dentro de si.
Ela sorria para as coisas simples da vida e ao agir assim, ampliava sua esperança.
Por esse motivo, jamais deixou de cultivar o riso.
Um riso que resiste a qualquer fereza.
Um riso à vida.


(Por, Rô).

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cavaleiro dos Moinhos de Vento...


O cavaleiro andante se perdeu por aí, não suportou a distância.
Sempre achei injusto o cavaleiro ter partido de forma lúcida... sempre me encantei por sua loucura. Por mais louco que possa ser, acho que a loucura era sua maior qualidade. Lúcido pra que? Já sei! Temos que viver a realidade dos fatos.  Mas tal resposta não me convence. Sonhos não podem ser mais fortes que a realidade? Não seriam os sonhos que dão verdadeiro sentido à vida? Sabe qual a realidade? Usamos a sensatez para nos protegermos da loucura. A loucura talvez não permita sentirmos medo e os efeitos do medo... bom, melhor nem falar sobre eles.
Faz algum sentido sufocar o amor por causa da distância? Faz algum sentido se afastar do que faz bem?
Prefiro viver enfrentando moinhos de vento.

Quixote e Dulcinéia... "Por amor as causas perdidas, por amor as causas perdidas".

PS: Quantas escritas sem sentido.

(Por, Rô)


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Agradeço...


Sei que sou fraca na fé e tantas vezes a minha espiritualidade fica por um fio.
Mas, hoje senti uma necessidade enorme de agradecer.
Agradecer pela saúde que tenho por ter um corpo que funciona em perfeita harmonia.
Agradeço a esperança que existe em mim de dias melhores.
Agradeço por ser quem eu sou. Por ter exatamente o que preciso: nem mais nem menos.
Que eu não desista de ser quem eu sou mesmo tendo esse jeito que costumo chamar de “jeito torto” um tanto estranho e diferente das outras pessoas.
Agradeço pelo sabor do bolo de chocolate que comi agora há pouco.
Agradeço pelo amor já não correspondido como um dia fora, porque tudo há uma razão de ser embora, ainda não tenha aprendido isso.
Agradeço pelas decepções que encontrei pelo caminho da vida, pois foi com elas que percebi que nos mementos que penso que sou fraca é que senti o quanto sou forte.
Agradeço por ter ficado doente, só assim aprendi o quanto é importante cuidar de mim e que a saúde é um bem sem tamanho.
Agradeço pelas sementes de Girassóis que já plantei pelos caminhos da vida, por vê-los crescerem amarelinhos e com vitalidade tão única. Quem sabe um dia eu entenda meu amor pelos Girassóis...
Agradeço pelos pacientes que visito aos domingos e tudo que apreendo com eles; suas historias, bolinhas de sabão e o encanto de um riso. Eles nem sabem, mas é o riso deles que me cura, que faz de mim um ser melhor.
O frei Marcos me abraçou tão carinhosamente hoje, senti paz e conseguir ver luz. Agradeço por isso.
Agradeço pelas noites que chorei até soluçar.
Agradeço a picada que levei da formiga quando deitei na grama molhada.
Agradeço por ter sido a última pessoa a ver o olhar da minha avó antes da sua partida.
Agradeço as mentiras que me contaram. Assim, conheci o valor da verdade... sentir essa dor não foi nada fácil, mas agradeço...
Agradeço por ter sido chamada de careta pelo fato de me recusar a beber.
Agradeço pelos banhos de cachoeira e a água está sempre geladinha do jeito que gosto.
Agradeço pela minha inquieta curiosidade de descobertas.
Agradeço por aqueles que me magoaram, aprendi o bem que faz o perdão.
Agradeço todas as quedas e rasteiras da vida, todas as pedras no meu caminho...
Agradeço todos os motivos que me fizeram sofrer.  Viver em um “mar de rosas” deve ser mesmo um tédio.
Desculpe pelas vezes que fui impaciente, que falei mal da vida alheia, que julguei sem me colocar no lugar do próximo, que ignorei o amor, que recusei a paz...
Deus, que minhas palavras cheguem até ti como um perfume suave.
Que eu seja no mundo luz com cheiro de paz.
Agradeço por nesse momento consegui escutar o silêncio que ecoa em meu coração... é um silêncio bom, necessário.
Mesmo sem entender agradeço e aceito TODAS as coisas.
Amém.


Por, Rô.



quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ando aborrecida com o tempo, tempo que não passa.
O relógio no criado mudo, horas gotejam.
“Sem você aqui o tempo é todo meu”.
Quanta saudade de nós.


Por, Rô

Trecho: Sem você 2 - Chico Buarque.

quinta-feira, 30 de junho de 2011




Quando a saudade se torna grande demais, tenho a sensação que ele está no Japão e eu no Brasil. A saudade grita, me fazendo lembrar dos momentos bons que vivemos. Sinto meu coração se lamentar por tudo que se foi, que chegou ao fim...
Tento preencher os dias fazendo 1001 coisas, mas não funciona, porque tudo na minha vida tem um pedaço dele. Quando penso na possibilidade de não ouvir a voz dele, tocá-lo... “Prefiro ter sentido seu cabelo uma vez, prefiro ter tocado sua mão uma vez, prefiro ter lhe beijado uma vez, do que passar a eternidade sem isso.”  
Como esquecer?
Quando acordo, me deparo com a escultura do Dom Quixote, vejo e revejo os quadros do Van Gogh – O relógio do Pequeno Príncipe em cima do criado mudo me lembrando do tempo, esse tempo que castiga, tortura. A flor dançante sempre me trás sorriso... Os livros na estante, palavras cantadas; “Declaro ser o seu mais lindo amante! Com você eu quero me casar... Fazer da natureza nosso altar”.
Ah, queria tanto abraçá-lo... Abraçar, abraçar e infinitamente abraçar!

                                            Por, Rô.

sábado, 25 de junho de 2011

Ela não sabe como ele está, onde está, com quem está...
Ela não sabe se ele melhorou da renite, se ainda está com crise respiratória.
O que ele tem feito? Com quem tem saído?
Se ainda continua trabalhando mais do que deveria...
Será que ele pensa nela?
Com certeza ele escuta Chico, ler Vinicius e Quintana... Essas coisas não se perdem ainda mais se tratando dele.
Será que ele continua indo ao teatro?
Ah, tão belo é o sorriso dele.
Então, ela mentaliza seus sonhos... Enfeita, e os perfuma com flores do campo.
Ela guarda sonhos coloridos dentro de uma caixa e os cuida com zelo, como quem guarda um tesouro.
Sim, sonhos são preciosos.
A vida dela é feita de sonhos, apenas.
Ela sonha conhecer o mar, andar na praia de mãos dadas, ver juntos o pôr do Sol, conhecer cidades históricas, quem sabe a Grécia?
Quem consegue se equilibrar por mais tempo no paralelepípedo, comer pipoca na praça, se lambuzar com sorvete, ver as raras vezes que o arco ires da o ar da graça, sentir os pingos da chuva... Viver os momentos da forma mais doce que se pode ser...
Ela sonha, sonha, sonha...
O que se pode esperar dos sonhos?


Por, Rô.

quarta-feira, 8 de junho de 2011


De algum lugar, 08 de Junho de 2011.

Rô, cavaleiros que se aventuram em moinhos de vento não existem.
O meu eu interior ver que o amor não existe, não pra você.
Exagero? Não, não é exagero... Pode ser que um dia eu mude de ideia, mas nesse exato momento é isso que sinto... Sei que é difícil entender algumas coisas, ainda mais se tratando de amor...
Meu coração está machucado, senhorita Rô! E a culpa é SUA! 
Engole o choro! Nada de lágrimas por aqui!
Como disse Caio F Abreu :Sossega, sossega - o amor não é para o teu bico....”
Você é até bacaninha, mas isso não é o suficiente para se dar bem com o amor... Ele é exigente demais!
Fazer alguém feliz não deve ser considerado como um fardo...  Fazer alguém feliz é questão de entrega... Uma entrega espontânea, leve, suave sem precisar ficar lembrando que você existe...
Será que é possível dormir e acordar daqui alguns meses? Acredito, aliviará as dores emocionais...
Alguma coisa ficou, mas não sei o nome...
Comporte-se, Rô! Estarei dormindo profundamente nos últimos dias...  Um pouco de silêncio, por favor! 
De algum lugar onde tudo é colorido, é pra lá que meu sono vai me levar... 

                        
Um abraço.
  Meu eu interior.

Por, Rô

Ao som da música Melodia Sentimental. (Villa Lobos).

sábado, 21 de maio de 2011

Há um lugar...

Como diz o doce Chico Buarque: “Vou sair por aí afora atrás da aurora mais serena.”.
Sair caminhado, caminhado sem pressa em voltar, talvez não voltar mais...
Chegar a um lugar bem distante... Estou tão sensível a esse mundo.
Chegar a um lugar onde ninguém conheça meu passado, meu nome, meus erros e nem acertos... Que não me façam perguntas, que não se preocupem com minha aparência, com minhas fraquezas como ser humano.
Quero descobrir o que se passa aqui dentro, mas de um jeito calmo, mesmo que seja de um jeito estranhamente calmo...
Sei que sou suficientemente forte para acreditar que há um lugar... Que há um porto.

Por, Rô.
Eu sabia que você não viria, mas sempre há uma brechinha de esperança e acabo me agarrando nela...
Espero por um telefonema, espero por qualquer coisa vindo de você.... Espero algo que amenize a saudade que aperta aqui dentro.
Sinto amor, sinto o que nunca senti antes...

Por, Rô.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Nem lá... Nem cá.


Faz tempo que não passo por aqui, meu “cantinho’ anda abandonado.
A falta de tempo é uma das coisas que mais me irrita.
Falta tempo para os amigos, família, para um banho de cachoeira, falta tempo até pra mim...
Como assim?
Eu me vejo em um mundo onde as pessoas correm, correm e não chegam a lugar nenhum. Elas encontram de tudo, menos a si mesmas e eu estou totalmente inserida nesse contexto desagradável.
Hoje acordei com uma necessidade que não sei exatamente o que... Tudo sem pé nem cabeça por aqui. Nada faz sentido nas minhas escritas.
Até meu relógio está “louco”, descompassado!
Ele trava, ele não faz TIC TAC... Ele faz CIT CAT... Ele trava e faz um barulho estranho.  Eu até tento ajudá-lo dando uma forcinha  aos ponteiros, mas não estamos tendo sucesso.
Deixemos o relógio pra lá... Lá se vai o tempo, lá se vão palavras soltas. Na verdade, não sei o que escrever embora, eu esteja sentido uma vontade imensa de falar algo que eu não sei exatamente o que é...
Queria ter respostas imediatas para tantas e tantas coisas, mas é preciso SER paciente, paciente...
Eu me agarro a esperança que tudo dê certo por aqui, que tudo dê certo a você que está lendo meu texto um tanto louco...
Sabe o que queria?
Dormir em uma nuvem... Hummmm!
Imagino que nuvem faça bem as dores físicas e emocionais. Nuvem tem um aspecto totalmente agradável e deve ter cheiro bom e suave. Lá nas nuvens acredito eu, que o tempo não exista da maneira como existe aqui.
Deixemos as nuvens pra lá... Lá se vai minha imaginação.
Deixemos minhas escritas pra lá... Lá se vão palavras, palavras...
Hoje meu dia não está nem lá... Muito menos cá.
Hoje só queria escrever algo bonito, mas não consigo. 

Por, Rô.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


Eu não quero que me digam se estou certa ou errada, não quero que me peçam pra não chorar e muito menos para que eu levante a cabeça e siga em frente, não quero ouvir que preciso mudar e seguir meu caminho, não quero que me digam nada...

Estou farta de palavras... O que quero são abraços e um pouco de afago.


Por Rô.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Beijo...



O beijo é uma viagem que fazemos de olhos fechados nos lábios de quem amamos...
— Por que fechamos os olhos quando beijamos? Seria porque os sabores ficam mais intensos? Fechar os olhos é ato de entrega...
Qual o sabor? Maça verde? Hortelã? Chocolate? Sorvete? Pipoca doce?
Não, não é nenhum desses sabores...
O beijo tem sabor doce-mente inexplicável.




sábado, 12 de fevereiro de 2011


Meu mundinho tão meu...
Ora tão sereno, pacato, confiante, colorido. Ora tudo se transforma em tempestade, o que era bonito se transforma em um cinza feio, trovão em todas as direções... Tenho medo dos meus trovões interiores. Eles ferem. O que me deixa farta é querer entender a mim mesma, é como disputar com um punhal afiado pronto para dá o golpe, deixando tantas vezes uma ferida exposta... E as lágrimas caem como um ácido, rasgando toda delicadeza do colorido.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Escrevo mal pra caramba. Troco ponto por vírgula, atropelo palavras, coloco reticências no lugar errado...  E tudo fica sem sentido.  
Nada a ver com nada, sem harmonia, sem fundamento...


Rô.