sexta-feira, 23 de julho de 2010


Casinha de Madeira, 22 de Julho de 2040.
Querida Rô,

Já é noite e escrevo sob a luz da vela que ilumina timidamente minhas escritas um pouco tortas. A visão já não colabora muito, a rapidez nas mãos já não é a mesma, mas o jeito de pegar a caneta continua o mesmo.
A escrivaninha é linda. 
Hoje revi o álbum de retratos antigos, cartas com folhas amareladas pelo tempo.
Minha alma veste um véu de renda branca... Há paz em mim.
Uma xícara de chá nesse momento me faz companhia.
A lareira acesa proporciona aconchego... Aquecendo sonhos.
É você tinha mesmo razão, em dizer que aqui eu seria feliz.
Deixe-me contar sobre os acontecimentos:
Tenho um amor ameno, suave e tão doce de gestos gentilmente nobres.
Vamos à missa todos os domingos, rezamos o terço juntos e ele penteia meus cabelos talvez, agora não mais dourados. 
Ele faz poesia. Gostamos de ouvir Mantras.
Continuo amando fotografias.
Debruço-me nas leituras sobre Van Gogh.
Delicio-me nas canções de Anitelli, Bethânia,Tom, Chico, Oswaldo e Vinicius.
A plantação de Girassóis está estupenda... Amarelinhos!
Todos os dias nós cuidamos muito bem deles.
Continuo a conversar com eles como sempre fiz.
As sementes parecem ser sempre as mesmas... Elas florescem e a sensação é de reencontro.
As flores do campo perfumam toda a casa.
Nas tardes de sábado faço tortinha de maça digamos que se tornou um hábito.
Falando em hábito, obrigada por usar filtro solar a cada meia hora.
Fique tranqüila continuo cuidando.
Quanto aos banhos de cachoeiras não os deixei de fazer.
Mesmo a água estando gelada... Muito gelada.
Têm coisas que não deu para deixar para trás.
Rô, a casinha é exatamente como você sonhou. De luz inexplicável.
Preciso ir, tem um cobertor de retalhos quentinho esperando por mim.
E se me perguntar onde gostaria de estar... Estou exatamente no lugar que tanto sonhei.
Interiorizo-me e percebo que não me perdi de mim.

Carinhosamente, Rô.

(Por, Ro)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

E quando eu andar por aí sem rumo, sem saber como chegar... Que eu leve os radares de giros doces e suaves... Girassóis.
Que desenham poesia por onde quer que passam... Enfeitam a minha vida com seu toque delicadamente Amar-Elo. 

(Por, Rô).