domingo, 21 de novembro de 2010

Café Van Gogh

Todas as manhãs Clara vai até o Café Van Gogh e pede chocolate quente com biscoitinhos amanteigados, senta na mesa próxima a vidraça, gosta de olhar o pequeno jardim e até consegue senti o cheiro das flores e o barulho da fonte. Observa as pessoas que frequentam o Café: A senhora que se senta perto do balcão e está sempre usando as mesmas jóias, o desenhista que nunca termina sua obra, a garçonete que se atrapalha com os pedidos, o rapaz que se senta perto da máquina registradora e está sempre escrevendo, a moça que come dezenas de panquecas e reclama do peso, o senhor que conta todo dia a mesma história como se fosse a primeira vez e o dono do Café que é bem humorado e faz suspiros deliciosos.

Clara encosta a cabeça na vidraça, passa o dedo lentamente sobre a borda da xícara e relembra seu passado: Algum tempo naquele Café, Clara conheceu alguém especial e que ficará por toda vida em seus pensamentos. Passava as manhãs junto com ele no jardim, sentavam-se em um banco em frente à fonte, conversavam sobre tudo. Ela sentia-se tão bem em sua companhia... O que ela sentia era amor. Com o tempo percebeu que ele não a amava o suficiente... O que a deixava triste, era como se seu coração fosse cutucado por um espinho na parte mais sensível...

Clara decidiu parti, embora seu coração pedisse para ficar... Ele não parecia se importar muito com sua partida... Ela respirou fundo e seguiu seu caminho... Por um momento, olhou para trás na esperança que ele corresse atrás dela e pedisse que ficasse, que em um enlaço te desse um abraço, mas nada disso acontecera... Ele permanecera ali, estático.
Clara ainda não o esqueceu e talvez demore algum tempo para que isso aconteça. Ela lembra todos os dias dos seus momentos de ternura que vivera.
Todos os dias olha pela vidraça na esperança que ele volte, mas que volte com verdade e amor sincero... O Café Van Gogh é seu ponto de referência... É o único lugar que ele pode encontrá-la. Talvez ela nunca mais o veja... Às vezes um sonho é tão lindo, que se torna difícil desapegar-se dele.


(Por, Rô)
 
PS: Se eu tiver alguma notícia da Clara conto a vocês.

sexta-feira, 23 de julho de 2010


Casinha de Madeira, 22 de Julho de 2040.
Querida Rô,

Já é noite e escrevo sob a luz da vela que ilumina timidamente minhas escritas um pouco tortas. A visão já não colabora muito, a rapidez nas mãos já não é a mesma, mas o jeito de pegar a caneta continua o mesmo.
A escrivaninha é linda. 
Hoje revi o álbum de retratos antigos, cartas com folhas amareladas pelo tempo.
Minha alma veste um véu de renda branca... Há paz em mim.
Uma xícara de chá nesse momento me faz companhia.
A lareira acesa proporciona aconchego... Aquecendo sonhos.
É você tinha mesmo razão, em dizer que aqui eu seria feliz.
Deixe-me contar sobre os acontecimentos:
Tenho um amor ameno, suave e tão doce de gestos gentilmente nobres.
Vamos à missa todos os domingos, rezamos o terço juntos e ele penteia meus cabelos talvez, agora não mais dourados. 
Ele faz poesia. Gostamos de ouvir Mantras.
Continuo amando fotografias.
Debruço-me nas leituras sobre Van Gogh.
Delicio-me nas canções de Anitelli, Bethânia,Tom, Chico, Oswaldo e Vinicius.
A plantação de Girassóis está estupenda... Amarelinhos!
Todos os dias nós cuidamos muito bem deles.
Continuo a conversar com eles como sempre fiz.
As sementes parecem ser sempre as mesmas... Elas florescem e a sensação é de reencontro.
As flores do campo perfumam toda a casa.
Nas tardes de sábado faço tortinha de maça digamos que se tornou um hábito.
Falando em hábito, obrigada por usar filtro solar a cada meia hora.
Fique tranqüila continuo cuidando.
Quanto aos banhos de cachoeiras não os deixei de fazer.
Mesmo a água estando gelada... Muito gelada.
Têm coisas que não deu para deixar para trás.
Rô, a casinha é exatamente como você sonhou. De luz inexplicável.
Preciso ir, tem um cobertor de retalhos quentinho esperando por mim.
E se me perguntar onde gostaria de estar... Estou exatamente no lugar que tanto sonhei.
Interiorizo-me e percebo que não me perdi de mim.

Carinhosamente, Rô.

(Por, Ro)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

E quando eu andar por aí sem rumo, sem saber como chegar... Que eu leve os radares de giros doces e suaves... Girassóis.
Que desenham poesia por onde quer que passam... Enfeitam a minha vida com seu toque delicadamente Amar-Elo. 

(Por, Rô).

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pôr do Sol Combina com Torta de Maça...


Quantas palavras “adocicadas” de ternura dedicaram um ao outro.
Ela reler as cartas e as beija suavemente.
Sente o sabor das lágrimas que teima em não deixá-las cair... Lentamente, correm pelo rosto gotinhas cristalinas... Uma, depois outra e mais outra.
Ela tem lágrimas sabor agridoce.
Quanta saudade... Uma inquietude que machuca.
Seu passado é tão doce deve ser por isso, que é tão difícil recusá-lo, mas é um passado... É como tentar segurar água com as mãos.
Ela viaja em pensamentos... conjecturando
sonhos.
A distância já não existe.
Eles vêm juntos, o Pôr do Sol... Ela faz tortinha de maça.
Sim, porque pra ela Pôr do Sol combina com torta de maça. Misturam-se os sabores.
Basta um toque delicado das mãos, então o infinito ira começar... Viajarão por um lugar qualquer por aí sem previsão de retorno. Passear sobre as estações. Pisar descalços sobre as folhas secas e ouvir aquele barulho gostoso: Croc, croc, croc.... Doçuras do Outono.
A Primavera nasce para padecer o inverno. Tão bela primavera. O Verão incendiando seus raios de Sol.
Sol, Girassóis.
E ela abre os olhos ainda com as cartas nas mãos, percebe a realidade a sua volta.
Apenas, conjecturando sonhos lembra?
-Sim, lembro.
Ela mentaliza para que seus pensamentos chegue até ele... E alguma coisa sussurra de dentro da alma do seu coração... E deixe aí guardado com você alguma pontinha de mim.

(Por, Rô)

PS: Parece que sempre escrevo as mesmas coisas.

sábado, 26 de junho de 2010

Nessa manhã de sábado traçando o trajeto para o trabalho, ia caminhando em passos lentos.
Sem pressa de chegar.
O Sol apontava seus raiozinhos bem tímidos.
Mas o frio nessa época nunca dá trégua... Batia forte no rosto.
Ia eu, com meu casaco vermelho de lã tentando me defender daquele vento gelado.
Não gosto de vermelho, mas gosto do casaco.
Avistei um senhor de cabelos alvos com uma rosa branca na mão.
Que rosa linda! Pensei.
Queria bem eu, ter sentido o seu perfume.
Quando ele passou por mim sorri e ele timidamente respondeu meu sorriso.
Ele segurava a rosa com cuidado.
Tive vontade de perguntar: É para sua esposa?
Olhei para trás e fiquei olhando até perdê-lo de vista.
Imaginando a alegria da pessoa que receberia a rosa.
Ou talvez... Ele a tenha recebido de alguém.
Sabe, nunca ganhei flores.

(Por, Rô)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Abri então, a porta...

Era uma portinha com uma fechadura pequena no meio. Espiei, era o amor batendo.
- Não abra! Disse rispidamente a razão.
- Abra... Sussurrou a emoção.
Abri.
Calidamente ele entrou.
Aconchegou-se.
Por um momento tive medo, mas o recebi com o coração enfeitado de flores e perfume de jasmim.
Dias coloridos junto desse amor eu vivi.
Ousaram perguntar: E como vai o coração?
- Está cheio de buraquinhos. Respondi tristemente.
- Então, arrependeu-se de abrir a porta?
-Não! Não, mesmo.
Se eu não tivesse aberto não teria sentido a essência suave do que antes era desconhecido.
Não conheceria o sabor da saudade. Não entenderia como é rir das coisas mais bobas... Não saberia como é a sensação de receber uma surpresa. De tantas vezes suportar a distância.
- E se tivesse deixado o amor batendo na porta por mais tempo?
-Talvez ele se cansasse da espera... Viraria as costas e partiria para sempre.
E hoje ao ouvir aquela música, ela não teria sentido algum.
Se antes eu duvidava que príncipe encantado existe hoje tenho certeza. Eles existem, apenas em contos de fadas... São perfeitinhos!
E no amor há tantos defeitos... E ama-se esses defeitos.
Mesmo com o coração cheio de buraquinhos... Minha tristeza é suave.
"E pra minha poesia é o ponto final."

(Por, Rô)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Imensidão de um Vazio...

Ela observa a Mandala pendurada girando devagarzinho... Refletindo na parede, suas pedrinhas espelhadas.
Acende um incenso.
Coloca a boneca de corda para tocar... A melodia suave vai ressoando no vazio silencioso do seu coração.
Ela afoga-se na imensidão de um vazio que só ela conhece bem... Por vez grita, mas ninguém a escuta.
Nela dói o desengano... Faz perder a esperança.
A descoberta do que se afigura ao que não é... Ilusão!
O que ela espera?
É tornar-se terno tudo a sua volta... Como uma luz AMARELA.

(Por, Rô)

domingo, 13 de junho de 2010

Melancolia de Inverno...

Era noite de inverno estava na janela do meu quarto, seguia com os olhos o balanço das folhas de uma árvore.
Avistava de longe a imensidão do céu de uma noite fria e por cima de tudo, se refletia uma tristeza... Tristeza é como uma poça de água fria suja de lama.
Tem uma coisa apertando aqui no peito que sufoca e machuca. Um peso na alma tão dolorida... Cansada.
Tristeza vem sem hora nem data marcada apenas, vem e deixa tudo escuro. Nessa escuridão tropeço... Caio.
Frio!
Um chá quente de melancolia para esquentar a tristeza com degustação de nostalgias de pequenas coisas nunca vividas.
Nessa noite há traços de uma paisagem cinza... Na alma há tonalidades reflexivas, soluços, lágrimas poéticas.
Não me venha com esse papo que as coisas vão ficar bem...
Quando?
Dorme... Dorme.
Logo chega a primavera. 

(Por, Rô)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dos Meus Sonhos... Uma Casinha de Madeira.


Desde pequena construí um sonho dentro de mim... Uma casinha de madeira com plantações de Girassóis.

Um sonho sagrado... Que fazem meus olhos brilharem. Olho fixamente para ele, com ternura, com desejo e encanto. Eu me perco na extensão do amarelo dos Girassóis. Casa aconchegante e espalhada de alegria bem colorida dentro.

Vou ficar à espera das estações, dos sonhos novos que virão e acordar em estado de graça.

Meu cantinho todo enfeitadinho. Assim, do meu jeito.

Sigo... Moldando esse sonho que pode parecer ridículo às pessoas, mas que é linda-mente especial em mim

PS. Quando vi essa imagem é como se eu tivesse fotografado meu sonho.
 
(Por, Rô)

quarta-feira, 19 de maio de 2010



Fechar os olhos e acreditar que tudo é paz... Essa paz que se faz de dentro pra fora.
Acreditar que o mundo tem a sutileza das cores de conchinhas cor de anil. Que tem cheiro de uma cesta com flores do campo. Senti o vento fresco e brando no rosto e conseguir ver a própria alma... clara e luminosa.
Que as gotas de orvalho sejam como bálsamo de humildade nas pétalas de uma flor. 
Que ao soprar as pétalas, elas voem longe, longe onde eu também possa ir. Pétalas voando ao vento como no compasso de um balé. 
Que eu pinte estrelas de todas as cores.
À tarde assisti o espetáculo do Pôr do Sol deitada na magia inexplicável do arco ires.
Quero na maciez de uma nuvem ver as luzes coloridas e brilhantes do Aurora Boreal.
Ser pedrinha no fundo das águas de uma cachoeira.
Senti a essência verdadeira do amor na sua mais profunda pureza.
Muitas vezes eu nem sei quem eu sou, mas a visão dos meus sonhos me faz acreditar que eu posso ser e ir até onde eu quiser.
Ir e acreditar.
Senti a leveza do corpo no bailar do vento, no colorido e perfume das flores. 

(Por, Rô)

(Escritas ao som do Mantra Om Shanti)

Vovózita....


E sinto a ausência tão viva em mim. Ouço a lembrança da tua voz mansa, o sotaque mineirinho: “Azulim”, “amarelim”,” um cadim” , “tiquinhim”.
Quanta falta vovózita... Falta dos meus dias coloridos de infância. De tomar café do bule e das canequinhas de alumínio esmaltadas. Saudade de ouvir suas histórias de quando menina, dos versinhos tantas e tantas vezes recitados.

Segurava minhas mãos e dizia: “Que mãos friazinhas”. E a as suas sempre tão quentinhas, vovozita. Gostava de senti o calor de suas mãos tão protetoras... Uma proteção diferente. Mãos fortes e ao mesmo tempo tão delicadas.
Suas histórias contadas em versos... Havia uma inocência tão pura em ti...

Eu amava seus cabelos tantas vezes trançados por minhas mãos friazinhas... Agora os anjos fazem isso por mim.
E seus últimos dias comigo você já não falava, andava... Mas eu sabia o que dizia seu olhar... Olhar que tantas vezes me dizia que estava sentindo dor, que pedia para eu não sair de perto. Tantas vezes tentei inverter os papéis recitando seus versinhos bem baixinho... Cochichando no seu ouvido. E você que sempre fez isso tão perfeitamente bem...

Seu abraço está comigo, sinto a textura da sua pele enrrugadinha pelo tempo, a maciez dos seus cabelos alvinhos, ainda ouço a sua voz e sinto sua alma doce sempre perto.

Hoje olhei o céu “azulim” e vi um brilho especial... O seu brilho!
Bom seria, se eu ficasse na ponta dos pés e esticasse bem o corpo e com as mãos tocasse o céu e por entre nuvens macias e doces sentisse o seu abraço de luz. Iria abraçá-la tão forte... Fecho os olhos e imagino nós duas como duas crianças rodopiando na maciez suave das nuvens e com o sorriso radiante de Deus a nos olhar.
                                               Há uma saudade imensa em mim.

(Por, Rô)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Juntinhos...


Ora paciente da devoção... Ora nem tão paciente.
Querendo está junto... Perto!
Uma saudade que vem mancinha e sopra o coração.
Um sorriso de covinhas... Uma voz envolvente... Poemas.
Tão terno... Tão doce...
E em um dia de verão ele veio me ver!
Borboletas gigantes fizeram uma festa no meu estômago.
Eu ali... Esperando por ele. Esperando o toque, o beijo, o abraço nunca sentidos.
Em um momento de distração eu ouvir aquela voz dizendo:  "Uau que Rô mais linda" e quando olhei para trás estava totalmente envolvida em seu abraço... No seu beijo. Um beijo doce... Um doce tão diferente de sabor de entrega.
E quando me dei conta não senti meus pés no chão... Em um compasso rápido ele me pegou no colo e rodopiou. O coração batia tão alegremente.
Parecia sonho... Mágico!
Como é bom está em baixo de uma árvore deitada em uma graminha verdinha com você do meu lado... Sentindo a brisa tocar o rosto... Sentido teu beijo doce... Seu abraço de proteção!
Como é lindo...Você é lindo quando está em uma livraria... Cheira os livros como se fosse flor.
Tão inteligente o amor meu... Meu amor.
Ficava a te observar... Todos os detalhes.
A cachoeira do Itiquira nunca esteve tão linda... O céu nunca esteve tão azul.
Quantas borboletas!!!
Foi tão especial... Tão inesquecível em mim.
Sentir a certeza palpável do seu corpo... Senti a respiração.
E quando voltamos da cachoeira você dormiu... Eu fiquei cuidando do seu sono. Pintando a sua imagem na minha mente... Analisando cada traço do teu rosto. E se fecho os olhos eu vejo você perfeitamente!
Você é como bálsamo... Você é meu descanso e por mim eu ficaria perto de ti toda vida... E todo encontro tem seu momento de partida... Você teve que ir... E como eu sinto falta dos dias que ficamos juntos... De andar de mãos dadas, do seu olhar tão expressivo e do seu beijo viciante. Sinto saudade até de quando você bagunçava meu cabelo na verdade, eu adoro quando você bagunça meu cabelo... Eu prendo meu cabelo e ganho beijinho na nuca.
Saudade da árvore... Senti sua falta quando, novamente passei por ali. Senti calor no rosto e um frio na barriga de saudade de você.

(Por, Rô)

(Escrito em 22 de Fevereiro de 2010)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Bordando em Tecido de Cetim


De quando em vez... De vez em quando. Fico a bordar sentimentos em tecido de cetim bordando assim, sem pressa... O tecido é extenso e intenso. Doce textura tem esse tecido em mim... É um tecido em versos, versos tantas vezes dispersos. Brinco de bordar borboletas amarelas e azuis. Danço... Ora em um compasso rápido, ora em um compasso lento. Acompanhando o ritmo do vento. Faço rodopios como oferendas ao tecido de cetim e em um suave balanço tudo que ali bordado, saem do tecido e ficam entorno de mim. São flores, borboletas, conchinhas, Sol, Lua, estrelas, Mar... Todas bordadinhas com as mais suaves das cores, e sorriem pra mim e veem um arco ires na ires do meu olhar. Com os pés sinto a maciez suave do cetim que com leveza me leva até o céu. Permitindo que eu faça uma saudação ao Sol. Tiro proveito e aproveito um cochilo nas nuvens que parecem mesmo algodão. Apenas eu, em forma humana e a natureza em forma de poesia... Poesia na sua mais linda perfeição. Tão doce... Meiga e terna. Sinto a brisa tocar meu corpo com um envolvente abraço. É disso que preciso de um abraço que me faça senti importante. Eu e meu tecido de cetim bordado sem pressa. Bordo um pouco daqui... Outro pouquinho dali. E ele vai ficando todo enfeitado, floridinho... Seus bordadinhos tão cheios de sonhos. Não estou sozinha tenho meu tecido de cetim... Assim, do meu jeito, com meu cheiro e com minhas cores. Cetim de sensibilidade aguçada. Cetim que me envolve e não me deixa ficar parada. Ele quer sempre o movimento dos compassos lentos ou rápidos. Desde que eu não pare. E é por isso que não paro. E estou sempre a dançar e bordar com meu tecido de cetim. E por ser tão extenso e intenso não posso deixar de bordar nunca e de deixá-lo sempre perfumado. Tal tecido de cetim é minha vida. Eu faço do meu cetim o que de melhor há em mim. E meu cetim está sempre voltado ao Sol com giros suaves e delicados. Cetim pendurado em um varal a dançar no ritmo sereno do vento. Sentindo os raios do Sol... Os raios do Sol.

( Por, Rô)

segunda-feira, 8 de março de 2010

O palpável... Tão distante...


Quando penso que todas as palavras foram ditas percebo que tem tantas coisas contidas... Tantas e tantas coisas a serem ditas... Sentidas. O sentimento cresce a cada dia como uma sementinha tentando fazer com que os dias fiquem melhores mesmo que a distância e a saudade insista em ficar doendo no coração... Quantas vezes tento acertar e acabo errando e quantas vezes acerto pensando que estou errando? E tudo fica tão complicado e confuso... Uma mistura de sentimentos... Medo de perder, saudade, um querer tão forte, um desejo inexplicável.

Um coração que sabe Perfeita-Mente o que quer... Quer andar de mãos dadas, quer dividir com você o mesmo abraço, que as bocas sejam apenas uma... Meu rosto deseja o toque suave se suas mãos, meu coração quer dividir com você o mesmo pulsar, a mesma respiração... O sonho de deitar em uma graminha verdinha... Colocar minha cabeça no seu peito e você ficar lendo pra mim... Ouvir sua voz. Ir a uma livraria e ficar horas observando você. Tomar banho de chuva... Beijos de chuva... Que os pingos da água caia sobre nós e ao fechar os olhos possamos viajar até onde o infinito possa nos levar... Dizem que a paixão é mágica... Que desperta o mais profundo intimo de um ser... Uma manhã... Uma tarde juntos.... Ver o Pôr-do-Sol e toda magia que ele trás... Assistir juntos uma noite de céu estrelado... Beijos estalados, molhados, apaixonados... Senti teu cheiro envolvente, poder ver o brilho do teu olhar... A serenidade do seu sorriso... A certeza palpável do teu corpo... Beijinhos, abracinhos... Meu menino causador de tanta confusão nesse meu coração... Menino que trás paz, sorrisos, voz suave... Voz sussurrante... Tem o coração florido e a mais linda das energias que emanam de maneira tão forte que chega até aqui de uma forma tão forte que nenhum poeta com suas mais sábias palavras conseguiriam definir o que sinto por você.


Quantos quilômetros nos separam? Tal sentimento é tão forte que posso senti você perto de mim.


(Por, Rô)


Escrito em 02/09/2009