Todas as manhãs Clara vai até o Café Van Gogh e pede chocolate quente com biscoitinhos amanteigados, senta na mesa próxima a vidraça, gosta de olhar o pequeno jardim e até consegue senti o cheiro das flores e o barulho da fonte. Observa as pessoas que frequentam o Café: A senhora que se senta perto do balcão e está sempre usando as mesmas jóias, o desenhista que nunca termina sua obra, a garçonete que se atrapalha com os pedidos, o rapaz que se senta perto da máquina registradora e está sempre escrevendo, a moça que come dezenas de panquecas e reclama do peso, o senhor que conta todo dia a mesma história como se fosse a primeira vez e o dono do Café que é bem humorado e faz suspiros deliciosos.
PS: Se eu tiver alguma notícia da Clara conto a vocês.
Clara encosta a cabeça na vidraça, passa o dedo lentamente sobre a borda da xícara e relembra seu passado: Algum tempo naquele Café, Clara conheceu alguém especial e que ficará por toda vida em seus pensamentos. Passava as manhãs junto com ele no jardim, sentavam-se em um banco em frente à fonte, conversavam sobre tudo. Ela sentia-se tão bem em sua companhia... O que ela sentia era amor. Com o tempo percebeu que ele não a amava o suficiente... O que a deixava triste, era como se seu coração fosse cutucado por um espinho na parte mais sensível...
Clara decidiu parti, embora seu coração pedisse para ficar... Ele não parecia se importar muito com sua partida... Ela respirou fundo e seguiu seu caminho... Por um momento, olhou para trás na esperança que ele corresse atrás dela e pedisse que ficasse, que em um enlaço te desse um abraço, mas nada disso acontecera... Ele permanecera ali, estático.
Clara ainda não o esqueceu e talvez demore algum tempo para que isso aconteça. Ela lembra todos os dias dos seus momentos de ternura que vivera.
Todos os dias olha pela vidraça na esperança que ele volte, mas que volte com verdade e amor sincero... O Café Van Gogh é seu ponto de referência... É o único lugar que ele pode encontrá-la. Talvez ela nunca mais o veja... Às vezes um sonho é tão lindo, que se torna difícil desapegar-se dele.
(Por, Rô)
Rô,... como tem "Claras" pela vida... meu coração paraou com o dela, ou é o meu que se identificou com a situação dela... perdir-me...
ResponderExcluirParabéns pela escrita, delicadeza... tão real... que senti o gosto da panqueca... o cheiro do café... e o perfume do jardim.
Lindo texto. bjs Mary/Kika
Palmas de um de seus fans!!
ResponderExcluirVc é fantastica Rô, cm já disseram escreve com uma delicadeza...
Estou a espera de noticias de Clara
rs
Muito bonito o teu texto.
ResponderExcluirBelas palavras expressas em belo texto.
Muito bom, parabéns
Oi, Rô, bom dia!
ResponderExcluirConto maravilhoso!
Uma das coisas perturbadoras desse texto envolvente é que, às vezes, passar manhãs inteiras com alguém, num jardim, falando sobre tudo, vai se tornando insuficiente... Alguns são apaixonados por falar sobre tudo, outros falam sobre tudo porque estão apaixonados... E essa não é apenas uma diferença de ordem das palavras...
Então, surge a questão: ficar com as manhãs e o jardim, ou arriscar o tudo contra o nada?! Há, como disse sabiamente a Kika, muitas Claras, algumas no jardim, indecisas; algumas na janela saudosas do jardim; algumas felizes por terem arrsicado...
O amor é uma bifurcação da vida. Uma decisão tem que ser tomada, custe o quanto custar.
Beijo carinhoso
Lello Bandeira
Olá!
ResponderExcluirque texto lindo!
Também amo o Teatro Mágico rsrs *-*
Obrigada pela visita!
Beijos!
Há várias Claras com certeza, mas pode apostar que também existem "Claros" por ai...rs
ResponderExcluirBeijos
=)
ResponderExcluirAdoro esse nome!
E no final, ele representa tds nós!
Ah Rô, que lindo!
ResponderExcluirGostei tantoo...
e gostei tanto q vc reapareceu por aqui ^^
Um beijo*
Rôzinha!!
ResponderExcluirTem uns selos pra vc lá no meu blog!
Beijos