"Tem dias que a gente se sente como quem já partiu ou morreu"

Eu desisti. Definitivamente, desisti.

Uma madrugada inteira de choro e soluços.

Chorei tudo que podia, deixei que as lágrimas ensopassem o travesseiro.

Chorei profundo. Chorei com a alma.

Já não tenho forças pra lidar com palavras confusas, com declarações que machucam.

Não estou disposta a dar minha cara a tapa.

Certas escolhas mudam uma vida, como mudou a minha.

Se vivo apegada ao passado?

Sim, eu vivo. Infelizmente.

Porque é justamente esse passado de escolhas feitas por você que me faz lembrar todos os dias o presente confuso que vivo.

Você já feriu demais meu coração. Chega.

E não quero saber por onde anda e com quem anda.

Mas eu desejo intensa-mente sua felicidade.

Não poderia ser diferente.

Há uma intimidade forte da minha alma com a sua.

Há amor.

Há desejo.

Há vontade de estar junto.

Mas há também incompreensão.

Caminhos em rumos diferentes.

Há saudade e um desespero do nunca mais.

Há uma vontade de um grito.

De dizer coisas que ainda não disse.

Há uma vontade absurda de abraços.

Mas agora, vá. Vá!

E me deixa com minhas angustias e dores.

Será que há cura pra tudo nessa vida?

Meus pés estão calejados, mas nada me impede de seguir.

É um absurdo ir à busca de cura para um amor.

Entreguei os pontos. 

Rô Barbosa

"E a cada ponto final a história vai repetir.."

Depois de tanto tempo voltei àquela livraria em que nos vimos pela última vez.

Entrei em passos lentos, mas o coração estava tão acelerado a ponto das minhas mãos ficarem frias.

Naquele momento os livros pouco me importavam, o que eu queria mesmo era resgatar aquele passado. Eu fiquei numa procura desesperada em encontrar o seu cheiro, tocar meus pés por onde você havia passado. Eu fechava os olhos e queria te trazer para o meu presente, eu queria o seu abraço, queria o som das nossas risadas daquele dia, eu queria a sua presença materializada ali na minha frente... Assim num passe de mágica.

Eu não pude conter o choro. Chorei sem me importar com quem estava ali... na verdade eu não via ninguém, só ouvia ruídos. Não sei quanto tempo fiquei naquela livraria, da mesma forma que eu não sei como pode ser gostar de alguém assim, tão intensamente.

Ao sair da livraria me deparo com o Café... Café Vienense.

Fiquei estática, olhando fixamente pra mesa onde nos sentamos.

Ah, como eu tentei me afundar naquele tempo presente com intuito de me encontrar com o passado. Mas o máximo que fui capaz, foi me afundar em lágrimas.

#Rô 

Título: Marcelo Jeneci. 

Isso é amor...

                            

Yuri: cê vai sair, titia?
Eu: Vou sim, Yuri.
Yuri: Ah, vai não, fica com o Yuli pla gente bincaaaa!!!
Eu: Não posso. Vou à missa. E ficamos o dia todo juntos. Já brincamos demais. 
Yuri: iiiiii!!! a igueja tá fechada e o padle não tá lá.
Eu: Quem te falou isso? A igreja está aberta e o padre está lá sim. Você está enganado, Yuri.
Yuri: Yuli num tá ganado, titia. 
Eu: De onde você tirou esta história que a igreja está fechando e que o padre não está lá?
Yuri: Yuli que sabe. Yuli sabe tudo, uai. (esse uai me mata de rir)

Depois de uma longa conversa eu acho que consegui convencer o Yuri que a igreja não estava fechada. Mesmo assim quando eu ia saindo de casa ele disse:

Ah, não! Ave Malia... já disse que a igueja tá fechada! 

Essas coisas traz uma alegria sem fim ao meu coração. Tudo é mais bonito com ele aqui!

# Rô Barbosa

Quando parti, levei comigo todos os segredos.

#Rô Barbosa.

"Sinto a alma deserta...'

Eu te procuro por todos os lugares. Te encontro nas canções, na poesia, no meu livro de cabeceira, nas pétalas de rosas agora secas pelo tempo, mas as guardo como a lembrança derradeira. Te encontro em cada canto do meu quarto, porque tanta coisa dentro dele me traz você... a escultura do Dom Quixote, os quadros do Van Gogh, a casinha de madeira (agora "vazia"). O meu amor é do tipo que não desbota, porque é todo enfeitado de poesia.

Você é um pedaço que fora amputado de mim. 

Eu deveria ter tido o poder de parar o tempo. 

#Rô Barbosa.

Trecho: Peito Vazio -   Cartola.