terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Carta ao meu querido Vini...



Querido Vini, 
As coisas por aqui vão bem. Na verdade gostaria que acontecessem em um ritmo diferente. Nem muito devagar, mas também não muito acelerado, entende? No meu ritmo.
Sinto uma saudade absurda de você.
Há dias que a solidão faz questão de ser companheira fiel, mas sabe que aprendi coisas bacanas com ela. Só estando ao lado da solidão sei a importância do abraço. [Faço careta pra ela e tudo certo].
Ontem andei lendo suas cartas. Vini, você é um amor, sabia? Aposto que deu um sorriso de canto. Acertei?
Estou curiosa pra saber como está tudo por aí. Penso que você não sabe se cuidar direito. Tem bebido muito café? E água? Está ficando até tarde no trabalho não está? E como não bastasse aposto que fica perto do ar condicionado. Não percebe que isso prejudica sua renite?
Ah, Vini, continuo tendo dificuldades a mudanças. Que problemão esse meu! Ainda não consegui trocar a cortina do meu quarto, porque não conseguirei me adaptar com outra cortina que não seja aquela.  Se não consigo mudar as cortinas você, acha mesmo que conseguirei me adaptar em um novo emprego? Sinto frio na barriga só em pensar nisso. Uma euforia. Será que se você estivesse por perto seria mais fácil?
Vini, sinto falta de quando me fazia rir com coisas bobocas. Nossos joguinhos bobos e que você sempre ganhava roubando, é claro.
Aprendi tanto com você. Tempos bons aqueles você não acha?
Acho um máximo seu medo de entrar na cachoeira e super engraçado você dizer que não é medo e sim preocupação comigo, porque sou fraquinha.
Gosto de estar com você, Vini.
Você não ronca, seu bobo.
Queria tanto poder vê-lo outras vezes, mais vezes.
Pensei que de repente poderíamos fazer uma viagem juntos!
O que acha? Paris!!!! “É pelo sonho que vamos...” Lembra?  
Quanta embromação numa carta!  
Quanta embromação pra dizer que amo você. [sempre achei difícil dizer isso] Mesmo nossos caminhos tomando rumos diferentes, você é peculiar na minha vida. Não há um só dia que não tenha me lembrado de você durante todos esses meses.
Podemos voltar ao Café Van Gogh. 
Ah, comprei um lindo vestido e pintei as unhas com cor goiaba.

falar que comprei um vestido e pintei as unhas “seria” uma excelente forma de disfarçar minha cara vermelha de vergonha ao dizer que Amo você.  

Com afeto,
Clara.
[Rô]

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"Quem sabe isso quer dizer Amor"

Que os "bons ventos" leve esse sentimento na direção de lugares mágicos. Nossa MÁGICA...que só nós dois conhecemos.

Talvez eu esteja enganada, mas acho que isso é eterno... O que é e o que foi bonito é eterno... A energia desse sentimento vai ficar sempre pelo ar, não evapora, pelo contrario transforma-se em rocha. Quartzo Rosa.
[Rô]

Título: Música do Milton Nascimento.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012



Têm dores na vida da gente que ficam assim, fazendo charme, insistindo em ficar ali do lado roubando a cena... E quando nos damos conta estamos tão preços nessas dores que temos medo de dá espaço para que um novo amanhecer floresça pela incerteza de não saber lidar com o novo.
E se o novo fizer doer?
E se fizer doer terá valido a pena, pois amar e viver é como colorir o cinza em Amar-Elos.

[Rô]
[Ao som da música: Linda Rosa  e Altar Particular - Maria Gadú]

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

"Com açúcar, com afeto".




Você é um tipo que não tem tipo
Com todo tipo você se parece
E sendo um tipo que assimila tanto tipo
Passou a ser um tipo que ninguém esquece
O tipo zero não tem tipo. (Noel Rosa)


Penso no amor, em saudades e despedidas.
Releio cartas guardadas no fundo da gaveta. Nunca enviadas.
Olho a mecha do cabelo trançado que cortei pra te entregar, agora guardado dentro do livro de Clarice Lispector.
É difícil esquecer, colocar tudo dentro de uma mala e partir sem olhar pra trás. 
O NUNCA mais dói lá no fundo. 
Cativou meu coração. “Corre-se o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar” – disse a sabia raposa.
Agora tudo é uma rua deserta, uma rua deserta...
"Queria ter sido a estrela derradeira, amiga companheira no infinito de nós dois".
Queria, queria, queria.... Recolher no seu abraço. 
Meu amor por você é feito do que existe de mais puro. É imenso. É assim, sem pedir nada em troca. Bonito. Você mora em mim de forma afetuosa.
Fecho os olhos e é você que vejo dentro de mim. Dilacerando saudade.
Você sagrou-se: cavalheiro, cavaleiro, andante, errante, cantor e poeta de covinhas perfeitas.  
Era você quem trazia sorrisos, contava historias engraçadas, você que trazia poesia, você que abria portas e janelas para um mundo mais leve. Era uma felicidade amaciada de afeto. O tipo zero... 
Com quem dividir descobertas? Sonhos? Risos? Choros? Alegrias?
Querência de momentos mágicos. Choro. Esse tipo de dor nunca fez parte dos meus planos. Boas lembranças me confortam.
Porque tudo agora só fica na minha imaginação... Essa é a maneira para tentar dormir e acordar mais serena.
O que tem pra me oferecer é pouco e o pouco não me basta e acabo fugindo de tudo... De você. Não que o seu pouco seja de mal grado, mas é que esperava mais.  Fujo. Tenho medo que esse corte aqui no meu coração se abra ainda mais. Não suportaria.
Talvez tudo que vivi foi um sonho bom, daqueles que você tenta dormir novamente só pra sonhar outra vez.
Título: Música do Chico Buarque ( Que por sinal é meu doce predileto *-*)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"Descanso pra minha Oração".


Hoje fui à Capela São Francisco de Assis que fica um pouco afastada da cidade.
A Capela fica no alto de um morro, aos arredores a Natureza com presença tão suave. É como se eu não tivesse aqui nesse planeta, sensação de está deitada em plumas. Do alto do morro é possível ouvir o barulho da água de uma pequena represa. Há pássaros, flores e tantas borboletas que eu fico encantada. Parece uma pintura. O ar é puro.
Senti uma paz tão única. Entrei na capela e fiz minha prece. Os raios de Sol entram pelos vitrais e deixa a atmosfera majestosa.
Sentei à sombra da árvore para observar todo aquele encanto, toda simplicidade da Natureza... Conseguia ouvir o meu próprio silêncio que ecoava e se encontrava com a placidez daquele lugar indescritível.
Chorei. Não de tristeza, mas pela paz que tocava meu coração.
Acredito que o anseio pela luz nos conduz à paz interior.
Paz que não adoece.
Paz que liberta qualquer pontinha de tristeza.
Paz tão profunda. “Parece descanso pra minha oração”.
Sentia vontade de abraçar a mim mesma e, abracei. Abracei sem medo, sem receios.
Deus está em tudo: Nos raios do sol entrando pelos vitrais da capela, na alegria das borboletas, a brisa afetuosa...Deus é de um cuidado amável. 
Vi o Pôr do Sol. Por um instante pensei que pudesse tocá-lo... Talvez o toquei.
Naquele momento era impossível sentir medo, desconfiança, tristeza ou qualquer tipo de sentimento que não fosse bom à alma. 
Naquele lugar, naquele momento só a bondade se fez presente.
Quem tem paz  por dentro pouco precisa das coisas de fora.
Cheiro de rosas brancas, aquele cheiro que só eu consigo sentir.
– Onde mora a paz? Aqui dentro de mim.

(Domingo, 08 de Janeiro de 2012)

[Rô]

[Título: Trecho da música Sonho de uma Flauta - O Teatro Mágico]

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Dona Moça


Lá vai a  dona moça. Seu olhar é tão distante...
Ela anda lentamente, a barra do vestido de renda branca passeia sob o pólen das flores... Brinca de conversar com borboletas.
O vento bate suavemente em seus cabelos. Ela fecha os olhos e concede a sua imaginação que pode mesmo voar. 
De dançar gosta, e enfeitar-se com amor.
Há situações que a deixa em frangalhos. Dona moça tem feridas ocultas. O triste há de ser breve.
Dona moça leva dentro de si:  doçura, cores, flores e amores.  
Existem criaturas que são assim, preferem oferecer agrado, porque magoas pensam demais para serem carregados em corações tão leves.
Magia em sua vida nunca há de carecer.    
Ela vibra com suas lágrimas quando coisas mágicas acontecem.
Gosta de conversar com os anjos e sonha com eles nas vésperas de dias bons. Nos sonhos dona moça e anjos andam unidinhos.
Para a dona moça é uma coisa mística o sentimento de sua alma - que nasce e se põe simultaneamente com o Sol, de que ela faz parte do belo, do simples... Do Universo.


                              [Por, Rô]